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"O saber a gente aprende com os livros. A sabedoria a gente aprende com os humildes." Cora Coralina

sexta-feira, 27 de julho de 2012

O GIZ e o BISTURI
Celso Antunes

GIZ e BISTURI são instrumentos que diferem muito.

Um é metálico, outro não. O GIZ tem duração limitada, enquanto um bom BISTURI pode durar bastante. O GIZ custa quase nada e por isso quando utilizado, restos não aproveitados são jogados fora ou se transformam em artefatos de guerras na brincadeira entre alunos, o BISTURI é caro e seu uso implica em assepsia e cuidado. Não se pode conceber professor sem GIZ, mesmo em espaços onde se anuncia lousa eletrônica, não se pode pensar cirurgião sem BISTURI, apesar de toda tecnologia e avanço que caracteriza um moderno centro cirúrgico.

Mas, GIZ e BISTURI possuem também alguma analogia.

São apenas instrumentos e nada podem sem ação e intenção de quem os usa. Um GIZ largado e esquecido na margem da lousa não serve para quase nada, não ensina ninguém; um BISTURI guardado em seu belo estojo ou esquecido em mesa cirúrgica não salva paciente, não ajuda a preservar vida de quem quer que seja. O GIZ sem o professor é quase nada, o BISTURI distante do cirurgião possui discutível utilidade. O que torna o GIZ capaz de pensamentos e a ousadia da compreensão e da significação é seu uso pelo professor, o que torna o BISTURI recurso essencial de salvação e muitas vezes esperança de preservação de vida é o cirurgião.

É por essa razão que o BISTURI reúne em sua insensibilidade material o tudo ou o nada, o poder ou a ausência. Por igual motivo, também o GIZ é recurso mineral que sem o manejo do mestre é peça inútil ou faz milagres ao sensibilizar razões, determinar esperanças. Um BISTURI mal usado é um perigo e se transforma em arma, mas não será por acaso uma arma também o GIZ mal utilizado?

Médicos admiráveis são verdadeiros santos em sala cirúrgica com BISTURI na mão; mestres essenciais são mágicos autênticos em sala de aula, segurando o GIZ. Impossível saber qual recurso é mais importante; mas facilmente comparável sua grandeza quando envolvem intenções sinceras, propósitos essenciais.

Um grande professor em sala de aula e manejando seu GIZ é como um médico essencial, em centro cirúrgico, com BISTURI na mão.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Para pais e filhos lerem e refletirem


Um jovem de nível acadêmico excelente, candidatou-se à posição de gerente de uma grande empresa. Passou na primeira entrevista e o diretor fez a última e tomou a decisão.
O diretor descobriu através do currículo que as suas realizações acadêmicas eram excelentes em todo o percurso, desde o secundário até à pesquisa da pós-graduação e não havia um ano em que não tivesse pontuado com nota máxima.
O diretor perguntou: "Você teve alguma bolsa de estudo?" - o jovem respondeu: "Nenhuma".
O diretor perguntou : "Foi o seu pai quem pagou as suas mensalidades ?" - o jovem respondeu: "O meu pai faleceu quando eu tinha apenas um ano, foi a minha mãe quem pagou as minhas mensalidades."
O diretor perguntou: "Onde trabalha a sua mãe?" - e o jovem respondeu: "A minha mãe lava roupa."
O diretor pediu que o jovem lhe mostrasse as suas mãos. O jovem mostrou um par de mãos macias e perfeitas.
O diretor perguntou: "Alguma vez ajudou a sua mãe a lavar as roupas?" - o jovem respondeu: "Nunca, a minha mãe sempre quis que eu estudasse e lesse mais livros. Além disso, a minha mãe lava a roupa mais depressa do que eu."
O diretor disse: "Eu tenho um pedido. Hoje, quando voltar para casa, vai e limpa as mãos da sua mãe, e depois venha ver-me amanhã de manhã."
O jovem sentiu que a hipótese de obter o emprego era alta. Quando chegou em casa, pediu feliz à mãe que o deixasse limpar as suas mãos. A mãe achou estranho, mesmo assim estava feliz e mostrou as suas mãos ao filho.
O jovem limpou lentamente as mãos da mãe. Uma lágrima escorreu-lhe enquanto o fazia. Era a primeira vez que reparava que as mãos da mãe estavam muito enrugadas e havia demasiadas contusões. Algumas eram tão dolorosas que a mãe se queixava quando limpava com água. Esta era a primeira vez que o jovem percebia que este par de mãos que lavavam roupa todos os dias tinham-lhe pago as mensalidades para que tivesse um bom estudo. As contusões nas mãos da mãe eram o preço a pagar pela sua graduação, excelência acadêmica e o seu futuro. Após acabar de limpar as mãos da mãe, o jovem silenciosamente lavou as restantes roupas pela sua mãe.
Nessa noite, mãe e filho falaram por um longo tempo.
Na manhã seguinte, o jovem foi ao gabinete do diretor.
O diretor percebeu as lágrimas nos olhos do jovem e perguntou: "Diga-me, o que fez e aprendeu ontem em sua casa?"
O jovem respondeu: "Eu limpei as mãos da minha mãe e ainda acabei de lavar as roupas que sobraram."
O diretor pediu: "Por favor, diga-me o que você sentiu."
O jovem disse: "Primeiro, agora sei o que é dar valor. Sem a minha mãe, não haveria um eu com sucesso hoje. Segundo, ao trabalhar e ajudar a minha mãe, só agora percebi a dificuldade e dureza que é ter algo pronto. Em terceiro, agora aprecio a importância e valor de uma relação familiar."
O diretor disse: "Isto é o que eu procuro para um gerente. Eu quero recrutar alguém que saiba apreciar a ajuda dos outros, uma pessoa que conheça o sofrimento dos outros para terem as coisas feitas, e uma pessoa que não coloque o dinheiro como o seu único objetivo na vida. Você está contratado."
Mais tarde, este jovem trabalhou arduamente e recebeu o respeito dos seus subordinados. Todos os empregados trabalhavam diligentemente e como equipe. O desempenho da empresa melhorou tremendamente.

Uma criança que foi protegida e teve habitualmente tudo o que quis, vai desenvolver- se mentalmente e vai sempre colocar-se em primeiro. Vai ignorar os esforços dos seus pais e, quando começar a trabalhar, vai assumir que toda a gente o deve ouvir e quando se tornar gerente, nunca vai saber o sofrimento dos seus empregados e vai sempre culpar os outros. Para este tipo de pessoas, que podem ser boas academicamente, podem ser bem sucedidas por um bocado de tempo, mas não vão sentir a sensação do objetivo atingido. Vão resmungar, estar cheios de ódio e lutar por mais. Se somos esse tipo de pais, estamos realmente a mostrar amor ou estamos a destruir o nosso filho?
            Pode deixar o seu filho viver numa grande casa, comer boas refeições, aprender piano e ver televisão num grande plasma. Mas quando cortar a grama, por favor, deixe-o vivenciar isso. Depois da refeição, deixe-o lavar o seu prato juntamente com os seus irmãos e irmãs. Deixe-o guardar seus brinquedos e arrumar sua própria cama. Isto não é porque não tem dinheiro para contratar uma empregada, mas porque o quer amar como deve ser. Quer que ele entenda que não interessa o quão ricos os seus pais são, um dia ele vai envelhecer, tal como a mãe daquele jovem. A coisa mais importante que os seus filhos devem entender é apreciar o esforço, a experiência da dificuldade e a aprendizagem da habilidade  de trabalhar com os outros para fazer as coisas.
Quais são as pessoas que ficaram com mãos enrugadas por mim?
Um belo texto sobre educação familiar.
Leitura obrigatória para nós pais e, principalmente, para os filhos.

QUE PROFISSIONAL VOCÊ É?

Autoria de Fábio L. Violin
 
O mundo passou e vem passando por inomináveis mudanças, nós seres humanos fomos responsáveis pelas boas e más transformações que hoje vivemos.As vezes atuamos como atores e as vezes como coadjuvantes da nossa própria história, o que hoje vivemos é fruto daquilo que outras pessoas plantaram no passado e do que com nossa parcela de responsabilidade também plantamos.
Os centros de poder variaram ao longo de nossa história, no princípio os detentores de terra eram os senhores e a mão de obra escrava não tinha o direito de questionar, de mudar, de propor. Na era industrial houve maior especialização do trabalho e aspectos burocráticos predominavam, ainda aqui os pensadores não eram privilegiados, ao contrário, em muitos casos foram perseguidos ou oprimidos.
Atualmente detem o poder as pessoas e empresas que possuem ou buscam informações e as traduzem em conhecimento. Seja qual for a profissão nunca se valorizou tanto aqueles que sabem analisar, planejar, agir e acima de tudo ter criatividade nas respostas as mudanças do dia-a-dia.
O novo profissional, aquele de sucesso, busca auto-gerir-se, não espera que as oportunidades apareçam, ele as cria ou sabe ver quando elas estão próximas, e igualmente sabe entender o que são as ameaças e busca atuar de forma a amenizar seu impacto.
Mas, a bem da verdade, não existe uma fórmula para o sucesso.Não existe uma receita a ser seguida e que no final o resultado seja positivo . Mas felizmente existem alguns caminhos que podem ser trabalhados e que podem vir a produzir bons frutos, dignos da vontade, do conhecimento e perseverança, da lealdade aos próprios credos, da criatividade, do senso critico e do espírito de equipe e ajuda mútua inerente aos profissionais de sucesso.
As competências e habilidades técnicas são o mínimo exigido e não chegam a diferenciar os profissionais de forma mais acintosa. Conhecer sua área através da ajuda de colegas, professores, livros, revistas e experiências é o mínimo que cada um pode fazer por si.
A diferença entre profissionais comuns e aqueles que realmente fazem a diferença é sua capacidade de ver o que a maioria não enxerga, é sua capacidade de auto-construir-se e não simplesmente reclamar e esperar que outros lhe ajudem. Assim, constroem seu caminho passo-a - passo, contornando as dificuldades, mudando sua forma de agir e de pensar, mas sem nunca perder de vista seus objetivos, seus sonhos e sua capacidade de lutar pelo que quer e acredita.
No entanto, buscar ser a diferença passa por alguns requisitos, como por exemplo:
  • Ter a capacidade de direcionar o esforço para o que realmente é importante para a empresa ou causa que nos propomos;
  • Trabalhar com e para as pessoas no intuito de atingir os resultados necessários;
  • Ter comprometimento com resultados, determinando níveis de prioridade, esforço e prazos para execução;
  • Ser flexível sem ser fraco, ter autoridade sem ser autoritário;
  • Saber expressar-se, ter comunicação clara e objetiva, e principalmente saber ouvir e entender os medos, anseios, dúvidas e pontos de vista das pessoas;
  • Ter iniciativa, porém é importante sentir o momento exato de recuar quando necessário;
  • Entender que possuímos limitações e que elas não devem ser ignoradas ou escondidas, lembre-se, limitação não significa incompetência, ignorar as limitação sim significa;
  • Cumprir promessas;
  • Planejar e executar; entre diversos outros.
O profissional que faz a diferença nunca desiste, quando a batalha é maior do que ele, esta pessoa redireciona e concentra suas forças em um meio de reverter a situação. Mas, acima de tudo não espera que o motivem, que passem a mão sobre sua cabeça, antes de qualquer coisa acreditam em sua força interior em sua capacidade de fazer e ser a diferença. Sua personalidade é algo impar, são pessoas que tem opinião própria, que não desistem facilmente, que não nasceram para ser comandados, assumem riscos e também assumem seus erros sem sentir-se menores ou desmotivados.
Este profissional agrega valor e aprende continuamente, busca ser líder sem ser egoísta ou egocêntrico, se faz respeitar sem precisar dominar, partilha seu conhecimento e suas experiências, tem prazer naquilo que faz.
Ousadia é sua marca, age rapidamente com conhecimento de causa e se não a tem busca ter. Não tem medo do conhecido ou de outros profissionais igualmente qualificados, não se esconde atrás de jogos de cena ou formas de depreciar outros profissionais ou empresas, é ético acima de tudo.
O profissional do futuro tem ambição, ética, presença de espírito e de luta, busca vencer por suas próprias mãos e não por outros meios tão comuns aos medíocres, é humano se ser piegas ou demagogo, não precisa ser rude ou autoritário para obter respeito ou admiração, não precisa dizer a ninguém o quanto ele é bom, se realmente for, o reconhecimento vem por si só.
Este começo de século será cada vez mais dominado por este profissional que valoriza o conhecimento técnico, a família, sua empresa, seus colegas e seus anseios. Não precisa ser perfeito, mas precisa buscar constantemente a perfeição.
O limite não existe e não deve existir no ser humano, cabe a cada um construir seu próprio destino e perseguir seus ideais. Somos o fruto daquilo que plantamos, colhemos aquilo que nós é dado como recompensa por nosso esforço.
Nunca esqueça do ditado chinês que diz que “o plantio é opcional, mas a colheita é obrigatória”
Professor Fábio L. Violin
Mestre em Estratégias e Organizações _ UFPR
Especialista em Planejamento e Gerenciamento Estratégico – PUC-PR
Professor universitário, palestrante e consultor de empresas.
E:mail: flviolin@hotmail.com ou flviolin@terra.com.br

quinta-feira, 19 de julho de 2012

ATIVIDADES QUE DESENVOLVEM A COORDENAÇÃO MOTORA